Você sabe quanto você ganha?
Tem gente que já se arrepia todo só de ouvir a palavra planejamento. Se você é uma dessas pessoas não sai correndo ainda desse post. Vou tentar simplificar as coisas pra que você passe por essa parte importante da construção da sua riqueza de forma mais tranquila. Mas, você sabe porque o planejamento financeiro é tão importante?
A regra para acumular riqueza é simples: saldo positivo no seu balanço de fim do mês. Isso implica que você deve gastar menos do que você ganha ou então ganhar mais do que você gasta. Assim na teoria parece ser muito fácil, o problema é que a maioria das pessoas não tem a menor ideia de quanto gasta e no que gasta. E mais assustador ainda é que existem pessoas que não sabem nem o quanto ganham. Loucura né?
Então não tem outro jeito, nesse começo será preciso rastrear os seus ganhos e também os seus gastos. Tintim por tintim, centavo por centavo. É como se curar de uma doença. Primeiro você vai ao médico (ou deveria ir) para que ele possa diagnosticar o que você tem. Depois ele vai te receitar algum remédio, vitamina ou até uma mudança de hábitos.
Com a sua saúde financeira as coisas são muito parecidas. O que muda aqui é que você não precisa de um médico (consultor financeiro) para o diagnóstico, a não ser que seu caso seja extremamente grave.
Mas vamos então para a parte prática. Tudo que você precisa é de um papel e uma caneta. Se você for mais digital que analógico poderá usar o bloco de notas do celular ou então baixar aplicativos que fazem o controle e já separam por categorias.
Anote tudo aquilo que você ganha
A primeira coisa que você vai fazer é anotar todas as suas fontes de renda. Você trabalha com carteira registrada? O seu salário é o mesmo todos os meses? Você ganha comissão? Você é autônomo? Trabalha informalmente? Tem receita apenas uma vez por ano? É empresário e não sabe o que é seu e o que é da empresa? Você recebe algum aluguel? Ganha dinheiro na internet? Tá vendo quantas possibilidades de renda você pode ter?
Se você é uma pessoa que trabalha com carteira assinada e tem um salário que não varia durante os meses, anotar os seus ganhos apenas uma vez é suficiente. Depois, você pode atualizar de acordo com o aumento do seu salário
Se você está na outra ponta e nunca recebe a mesma coisa por mês, o ideal é que você registre pelo menos por seis meses as entradas de dinheiro. E isso ainda pode não ser suficiente caso a variação seja muito grande. Se esse for o seu caso, sugiro que aumente o prazo para 12 meses. Quanto mais variável é a sua renda maior a necessidade de registrar os seus ganhos.
Se você tem como rastrear a sua conta bancária para ver os recebimentos passados, pode começar o exercício agora mesmo. Mas, se você recebe uma parte em dinheiro, é bem provável que não tenha esse registro. Se tiver, ótimo. Se não tiver, comece a anotar tudo hoje mesmo.
Calcule o quanto você ganha por mês – faça a média
Separe os registros por meses e depois some tudo e faça a média (soma de todos os valores dividido pela quantidade de meses). Agora é hora de você olhar com carinho e atenção pra esses números e tentar entender porque em alguns meses você recebe menos e em outros mais. Você pode fazer alguma coisa pra aumentar o seu faturamento nos meses de vacas magras? Como você se comporta nos meses em que o faturamento é acima da média? Você gasta tudo de uma vez só e não pensa nos meses ruins? Pode ser esse o motivo de você ter dívidas.
Consegue entender a importância de saber quanto você ganha?
Você não pode simplesmente adotar a média dos recebimentos como o seu padrão de gastos mensais. Se o seu faturamento é tão instável, usar a média pode ser muito arriscado. Aqui não existe um número ideal, mas é aconselhável que você estabeleça seu padrão de gastos pelo menos 25% abaixo da média encontrada. Caso você perceba que apesar de variar mensalmente os números praticamente se repetem a cada ano, você pode diminuir esse percentual para 20%. Se você é mais conservador pode aumentar pra 30%. Os ajustes finos ficam por sua conta, mas lembre-se de sempre adotar um padrão mais baixo para não correr o risco de viver uma vida de ostentação e depois cair do cavalo.
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Para te ajudar a decidir você também pode fazer um simples gráfico, com papel e caneta mesmo, como proposto pelo Eduardo Amuri no livro Finanças para Autônomos. No gráfico, você vai colocar os meses e os valores do teto, do piso e da média dos seus recebimentos. Ter uma visão geral de como se comportam as suas entradas pode te ajudar a definir como você vai se comportar daqui pra frente.
Mas se você não gosta de papel e caneta e tem mais intimidade com a tecnologia e Excel eu preparei uma planilha onde você preenche os seus recebimentos e o percentual que você pretende gastar abaixo da média e ela retorna um gráfico bonitinho pra você.
Pra baixar essa planilha você precisa cadastrar seu e-mail na minha lista. É rápido e fácil e eu prometo não te encher de baboseiras.
Eu sei que a gente tem a tendência de ler muita coisa e praticar quase nada. Registrar todo o caminho do seu dinheiro pode não ser a coisa mais empolgante do mundo, mas ela ajuda você a perceber coisas que não conseguimos enxergar se não estiver anotado.
Comece a fazer a coisa certa agora. No próximo post a gente vai encarar o vilão das finanças: o gasto.
Um abraço e até logo!
Bruna Odppes